Noc! Noc! Quem é? Somos nós, a Lisboa Secreta, a convidar-te para descobrires Lisboa connosco.
A esta hora? São 6h10 da manhã! Sim, tens razão. Mas se queres visitar a cidade em apenas 48 horas, há que aproveitar cada minuto e nós queremos impressionar-te desde o primeiro instante.
Acreditas no amor à primeira vista? Então, prepara-te para ficares logo apaixonado por Lisboa, depois de veres o nascer do sol num dos miradouros mais espetaculares da capital. E isso é só o começo, porque nos próximos dois dias não te vamos largar.
Queremos levar-te aos spots obrigatórios e aos segredos bem guardados, aos restaurantes da moda e às tascas mais autênticas, ao ponto mais alto e à beira-rio.
Dá-nos a mão e vem daí descobrir o melhor da cidade durante um fim de semana:
Sim, nós sabemos que custou levantar tão cedo, mas como recompensa vais poder assistir de camarote ao acordar de Lisboa.
Nada melhor que fazê-lo num dos pontos mais altos (e incríveis) da cidade: o Miradouro da Senhora do Monte, na Graça.
As vistas são de cortar a respiração, com o castelo e o centro histórico em primeiro plano e o Tejo no horizonte.
A esta hora, e com um pouco de sorte, arriscas-te a ter o miradouro só para ti. Então, valeu ou não valeu a pena? Tão cedo, não te vais esquecer deste lugar.
A dois passos do Miradouro da Senhora da Graça, no Campo de Santa Clara, vais encontrar um dos mercados mais famosos de Lisboa: a Feira da Ladra. Se gostas de produtos kitsch e com preços em conta, não deixes de passar por lá e, já agora, aproveita para conhecer dois monumentos emblemáticos desta zona: o Panteão Nacional e o Mosteiro de São Vicente de Fora. Mas não te demores muito, porque queremos passar grande parte da manhã em Alfama, um dos bairros mais antigos e tradicionais de Lisboa, feito de ruelas apertadas, recantos fadistas e boémios, janelas floridas e moradores que (ainda) resistem à gentrificação da cidade. Enquanto assim for, continuará a ser uma pequena aldeia no meio da Lisboa, onde o tempo corre mais devagar.
Depois de tanto andar, deves estar cheio de fome, não é? Vamos já tratar isso, mas antes só mais meia horita a pé.
Até podíamos ir de autocarro, mas acredita que o passeio até ao Cais do Sodré vale bem a pena, quanto mais não seja porque passamos pela principal sala de visitas da cidade – a Praça do Comércio – e por um dos caminhos mais agradáveis da cidade: a Ribeira das Naus.
Já no Cais do Sodré, passamos ao lado do famoso Time Out Market (a versão moderna do tradicional Mercado da Ribeira) e preferimos levar-te até uma tasca das antigas, onde se come uma das melhores bifanas da cidade: o Triângulo da Ribeira.
À primeira vista, é só um corredor apertado e cheio de gente (até tens de comer em pé), mas depois de provares a especialidade da casa, vais querer lá voltar sempre que passares por aqueles lados.
Carregadas energias, é tempo de seguirmos caminho, mas desta vez não vamos obrigar-te a andar a pé. Em alternativa, convidamos-te a conhecer de trotinete a zona ribeirinha que liga o Cais do Sodré até ao Belém.
São quase oito quilómetros junto ao Tejo, com paragem obrigatória nas Docas de Alcântara (junto à Ponte 25 de Abril) e, sobretudo, no MAAT, um dos mais novos museus da cidade, que salta logo à vista pela arquitetura moderna e envolvente. Vamos entrar?
Lá dentro, vais encontrar inúmeras exposições relacionadas com arte, arquitetura e tecnologia, mas também um vasto programa de eventos e atividades para toda a família.
Além do novo edifício, com quase três mil metros quadrados, o museu integra também a antiga Central Termoelétrica de Lisboa, um dos mais importantes exemplos nacionais de arquitetura industrial da primeira metade do século XX.
Ir a Belém e não passar pela famosa Torre de Belém é como ir a Roma e não ver o Papa. A esta hora já não dá para entrar (as visitas terminam às 17h), mas não deixes de admirar a beleza arquitetónica de um dos mais icónicos monumentos do país, que em tempos foi forte e até prisão.
Já agora, espreita também o Padrão dos Descobrimentos, a Fundação Champalimaud e outros lugares igualmente espetaculares em Belém.
Do outro lado da linha ferroviária, há mais dois símbolos da cidade: o Centro Cultural de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos.
Aliás, três, porque os Pastéis de Belém também são uma autêntica instituição lisboeta. Desde 1837 que esta casa faz as delícias de locais e turistas, graças a uma antiga (e secreta) receita do mosteiro vizinho. Não te deixes intimidar pelas filas e compra um (se calhar uma caixa até será melhor) porque estes doces são mesmo uma delícia.
Depois de teres sido poupadinho com o almoço no Triângulo da Ribeira, agora mereces um jantar de luxo num local único.
Restaurantes de primeira em Lisboa não faltam, mas o Fifty Seconds tem a particularidade de ficar no topo do edifício mais alto da cidade, a Torre Vasco da Gama, em pleno Parque das Nações.
Ou seja, estando em Belém terás de atravessar a cidade de uma ponta à outra, mas nada que o autocarro 728 (Carris) não consiga fazer em menos de 45 minutos.
Situado a 120 metros de altitude, com vistas únicas para o Tejo e para a cidade, este é um dos melhores restaurantes de fine dining da Lisboa, assinado pelo famoso chef espanhol Martin Berasategui. Além disso, integra o também luxuoso hotel Myriad by Sana, por isso, aproveita e reserva logo um quarto para ti.
Juntas, a refeição e a dormida não vão ficar por menos de 350€, mas acredita que promete ser uma experiência inesquecível.
Deixa as malas no hotel e prepara-te para descobrir a noite lisboeta?
Vem daí até ao Bairro Alto, onde não faltam bares para todos os gostos, como o Portas Largas ou o Majong, mas também há algumas das mais famosas casas de fado da cidade, com destaque para o Luso e para a Adega Machado.
Para terminar a noite, desce até à Rua Cor de Rosa, junto ao Cais do Sodré, uma das zonas mais animadas da cidade, que o New York Times colocou na lista das suas doze ruas preferidas na Europa.
Aqui não faltam bares, restaurantes e discotecas, que juntam as mais diversas tribos da cidade.
Até que horas vais ficar por lá? Não te esqueças que amanhã há mais um dia preenchido.
A noite foi longa, por isso, desta vez, deixamos-te dormir mais um pouco do que ontem.
Mas às 10h em ponto queremos-te à porta do Oceanário de Lisboa, ouviste? Do hotel Myriad até lá são apenas 5 minutos a pé, num agradável percurso sempre junto ao rio.
Uma vez chegados a este incrível aquário, um dos maiores e mais bonitos da Europa, vais encontrar oito mil organismos de 500 espécies diferentes, como tubarões, pinguins, lontras, raias, peixes tropicais e muitos, muitos mais.
Além da exposição permanente, que junta todos os mares num só, há ainda a bela exposição “Florestas Submersas by Takashi Amano“, que representa as florestas tropicais.
À hora do almoço, podíamos levar-te a um dos inúmeros brunches que acontecem em Lisboa (uma moda que veio para ficar), mas decidimos apresentar-te um clássico: o Ramiro.
Este restaurante/cervejaria da zona do Intendente ficou (ainda) mais famoso quando Anthony Bourdain passou por lá nas gravações do programa No Reservations.
Há mais de 50 anos que esta casa delícia os apreciadores de marisco (sempre fresco) e a recompensa são as filas à porta.
Mas, acredita, a espera vale bem a pena.
Do Ramiro até ao ponto de partida do Elétrico 28, no Martim Moniz, é um pulinho, por isso não deixes de fazer uma viagem neste ícone da cidade.
No total, o percurso tem cerca de 7 quilómetros, passando pelas castiças Graça e Alfama, pelo elegante Chiado e pela serena Estrela, antes de chegar ao destino final: o Cemitério dos Prazeres, em Campo de Ourique.
Mais de um século depois de entrar em funcionamento (1914), o 28 costuma circular apinhado, mas continua a oferecer uma experiência única, genuinamente lisboeta. Não deixes de subir a bordo.
A tua estadia está quase no fim, mas ainda temos tempo de te levar a um dos locais mais surpreendentes e misteriosos de Lisboa: o Panorâmico de Monsanto, situado no maior parque florestal da cidade.
Para lá chegares, o melhor é apanhar um táxi (fica longe do centro e não é fácil de encontrar), mas acredita que vale bem os trocos que vais gastar.
Estamos a falar de um edifício abandonado, com vistas incríveis que, no passado, foi restaurante de luxo, bingo, discoteca e armazém, antes de se tornar oficialmente num miradouro aberto a todos.
Lá fora, o cenário alcança meia Lisboa (e mais além), enquanto o interior está coberto de grafittis, entre eles um do mais famoso street artist português: Vhils.
E pronto! É isto. Ainda não te foste embora e já estás com saudades, não é? Da próxima vez, tens de vir com mais tempo.
Lê o artigo original no site da Lisboa Secreta.